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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Por que a Globo tem investido tanto na Classe C?

empreguetes de cheia de charme
Na última década, o perfil socioeconômico do país mudou – e muito. A principal novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por famílias que têm uma renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes) entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00. Chamada de “nova classe média” a classe C passou a englobar mais da metade dos brasileiros pela primeira vez em 2011. São 32 milhões de pessoas com idade entre 12 e 64 anos, nas principais regiões metropolitanas de todo o Brasil, sendo 20% na classe C1 e 30% na classe C2. Essa migração em massa alterou o rumo da divisão historicamente desigual do bolo no Brasil e proporcionou o surgimento de um grupo com características socioculturais próprias.

Tanta dedicação à classe emergente é uma sinalização da emissora em acompanhar e se adaptar ao desenvolvimento econômico do Brasil, mas também pode ser vista como uma medida para estancar a recorrente perda de audiência da emissora. De acordo com Florisbal, o desempenho no Ibope ficou abaixo do esperado em 2011. “Ficamos um ponto abaixo da meta no ano passado, que sempre foi atingir 19 de média na faixa entre 7h e 0h. A meta é a mesma para 2012”


Globo se rende à nova classe média

Otávio Florisbal confirma o foco da Globo na classe C
Otávio Florisbal confirma o foco da Globo na classe C
“Viva o subúrbio. É lá que tá o futuro”. A frase é de Cadinho, personagem de Alexandre Borges em “Avenida Brasil”, mas poderia ter sido dita por qualquer executivo de TV em alguma sala de reunião nos últimos anos. Eles são batalhadores, otimistas, ganham cada vez mais dinheiro e já são mais da metade da população: a nova classe média vem ditando os rumos do Brasil, seja na economia ou no consumo de produtos e serviços. Na televisão, não é diferente. Segundo a pesquisa “Classe C urbana do Brasil: Somos iguais, somos diferentes”, feita pelo Ibope em 2010, a TV é a maior fonte de entretenimento desta parcela da população. E, de toda a audiência dos canais abertos em 2011, 52% era de espectadores da classe C. Entender quem é esse público e o que ele deseja, portanto, virou obrigação.
a nova classe c e o poder de consumo
A nova Classe Média e o poder de consumo
 Essa nova classe social cresce cerca de 4% ao ano. Mais da metade da população brasileira se enquadra nesta nova classe média de ex-pobres que estão a cada dia que passa melhorando de vida e agora vivendo na classe média C. As pessoas que formam essa nova classe média são aquelas que antes não tinham conta em banco e só consumiam o que realmente era necessário, mas que hoje comprar o primeiro carro zero e constroem a sua casa própria. Isso está acontecendo por causa do aumento de emprego e também por causa dos reajustes nos salários que também contribuem para o crescimento dessa nova classe.

No ar no horário das 19h da TV Globo, “Cheias de charme” é um dos exemplos do reflexo da ascensão da classe C. As empregadas domésticas são as protagonistas. 

Oficialmente, a Globo assume apenas discretamente o movimento pró-classe C. Mas também não o desmente. “A emissora sempre teve a preocupação de fazer uma programação para a família brasileira. O que acontece agora é que, por um conjunto de variáveis econômicas, as classes populares vêm incrementando sua participação na sociedade e sofrendo mudanças de hábito e de comportamento. Como é natural que queiram ver esse movimento refletido na televisão, estamos atentos”, diz nota enviada pela Central Globo de Comunicação.
Informações de O Globo e Veja